Grupo formado pela Defesa Civil e Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural acompanha o deslocamento dos insetos na Argentina e Paraguai.
Um grupo formado pela Defesa Civil e a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina monitoram os deslocamentos das nuvens de gafanhotos registradas na Argentina e no Paraguai. Até o momento o risco da chegada dos insetos ao território catarinense é considerado baixo, de acordo com a avaliação feita pelos órgãos. Há quase um mês o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declarou estado de emergência fitossanitária, tanto para o Santa Catarina quanto para o Rio Grande do Sul, por conta do risco da praga de gafanhotos que se aproxima do Brasil.
A primeira nuvem está em deslocamento na fronteira entre o Brasil e Argentina. Os insetos não fazem mal ao ser humano e nem são vetores de doenças. De acordo com a Defesa Civil com informações repassadas pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar argentino (Senasa, na sigla em espanhol), os gafanhotos estão localizados a 33 quilômetros ao sul do município de em Sauce, província de Corrientes, ou seja, a 122 quilômetros da cidade gaúcha de Barra do Quaraí e a 590 de Santa Cataria. A Argentina permanece realizando ações para reduzir a densidade populacional dos insetos.
Já a segunda nuvem de gafanhotos que foi localizada nos últimos dias permanece em constante movimento nas localidades de Madrejón e 4 de Mayio, no Paraguai, e está em deslocamento para a cidade de Teniente Pico, no departamento de Boquerón, a cerca de 890 quilômetros de Santa Catarina.
Segundo a gestora da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Fabiane dos Santos explica que entre os trabalhos realizados pelo grupo do governo catarinense está o plano de supressão.
“São as estratégias que o Estado deverá adotar caso essa praga adentre ao território catarinense, seja estratégia de monitoramento de controle e de comunicação do produtor. Fica o alerta que o produtor que identificar a suspeita da ocorrência da praga em sua propriedade precisa imediatamente avisar a Cidasc ou até mesmo a Epagri para que as medidas de controle sejam adotadas o mais rapidamente possível”, explica.
Uma nuvem de gafanhotos pode destruir plantações. Eles se alimentam de qualquer material vegetal e podem comer o equivalente a algo entre 30% a 70% de seu peso, em algumas situações essa taxa pode subir para 100%.
Condições de tempo
Ainda de acordo com a Defesa Civil a movimentação da nuvem é influenciada pelas condições de tempo e com a elevação das temperaturas nos últimos dias os insetos se tornaram mais ativos e ampliaram o deslocamento.
Segundo o monitoramento meteorológico do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd), a previsão é de temperaturas mais altas que o normal no Sul do Brasil nos próximos dias, com pelo menos 4°C acima da média na região de fronteira com o Uruguai.
Com a aproximação e chegada de uma frente fria, a chuva retorna e as temperaturas começam a cair no Rio Grande do Sul, na região de fonteira com o Uruguai, a partir da noite de quinta-feira. Em Santa Catarina, a queda das temperaturas ocorrem entre noite de sexta-feira (24) e manhã de sábado (25).
Ação preventiva
A Defesa Civil explicou que até o momento não existe a necessidade de ação preventiva pelos produtores rurais. O uso indiscriminado de agrotóxicos neste momento é considerado desperdício de recursos e pode causar impactos negativos no meio ambiente, atingindo insetos polinizadores e prejudicando diversas culturas.
Caso ocorra alteração na situação, a Defesa Civil e a Secretaria da Agricultura emitirão alertas para os agricultores e profissionais da área. Mai informações estão disponíveis para os agricultores nos escritórios municipais da Cidasc ou Epagri.
No fim de junho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento alertou sobre a nuvem de gafanhotos que avançava em direção ao Uruguai e ao Sul do Brasil. Um mês depois, a pasta não descarta a possível chegada da nuvem de insetos ao Brasil. No entanto, diz que é mais provável que ela siga para o Uruguai. O estado de emergência fitossanitária tem duração de um ano, permite a contratação de pessoal por tempo determinado e autoriza a importação temporariamente de defensivos agrícolas para combater os gafanhotos.
G1