Eduardo Pazuello participou de coletiva durante visita a SC. Ele falou também sobre orientações do ministério para quem apresentar sintomas de coronavírus.
Durante coletiva em Santa Catarina na noite desta quarta-feira (22), o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, falou em aumentar a estratégia de testagem da população brasileira para Covid-19. Sem dar prazos, ele mencionou o fortalecimento dos Laboratórios Centrais (Lacens) e a compra de equipamentos para extrair mais amostras.
“O secretário Arnaldo [Correia, da Vigilância em Saúde] tem trabalhado direto com os secretários de estado e com os municípios e está equalizando essa distribuição. Essa ação vão permitir a gente a chegar a números próximos de 20% da população. Isso é um trabalho que já vinha acontecendo, é claro, mas com estruturação dos laboratórios, dos Lacens, com a aquisição de equipamentos de extração para amostras para aumentar essa velocidade vai permitir mais processamentos dos [testes] RT-PCR”, disse Pazuello.
“Nós estávamos presos também na fase da extração, na fase humana, e no número final de amostras que se podia fazer nos Lacens. Hoje, a gente aumentando a capacidade dos Lacens, a gente tem também a possibilidade de aumentar a distribuição de testes. A estratégia está caminhando forte e a gente vai ter tanto com RT-PCR quanto os testes rápidos e os testes a partir de exame de sangue. Vai dar uma outra visão para estratégias também dos gestores”, afirmou o ministro interino.
No final de junho, o Ministério da Saúde anunciou uma nova diretriz, voltada para os municípios do interior, de testar por PCR todas os pacientes com síndrome gripal, que são sintomas como febre, coriza e tosse. Estes são os sinais presentes em pacientes com quadros leves da doença, que não chegam a ter falta de ar, ou a necessidade de ventilação mecânica.
Orientações do ministério
Pazuello destacou também as novas orientações do Ministério da Saúde para quem sentir sintomas da Covid-19. Segundo ele, o paciente deve procurar ajuda médica cedo.
“Nos primeiros sintomas, procure os postos de triagem, as UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], os hospitais. Consulte-se com o médico. Ele tem autoridade soberana, pode fazer exames como tomografia, raio-x, avaliação da saturação da oxigenação. Se precisar, um teste”, disse o ministro interino.
“Feito o diagnóstico, o médico vai prescrever a medicação. O paciente tem que tomar a medicação, manter monitorado, manter o acompanhamento com o médico e ficar bom. Caso precise, piore, ele [paciente] não vai para uma UTI [Unidade de Terapia Intensiva], o médico vai colocá-lo numa unidade de suporte ventilatório, que é o oxigênio, colocado pelo cateter de alto fluxo. É manuseado pela fisioterapia e enfermagem. Se precisar no final, aí sim entrar numa respiração invasiva”, finalizou.
Insumos e vacinas
Eduardo Pazuello também foi perguntado sobre garantia de equipamentos e medicamentos para o combate à doença. “Quanto a respiradores e monitores, já temos estrutura contratada e produção nacional que permite que a gente apoie. Agora nessa semana estamos trabalhando com 250 monitores para Santa Catarina. Isso foi a demanda que nos foi pedida. Se houver outras necessidades, vamos contratar isso e trazer para Santa Catarina também”, declarou.
Ele também falou sobre uma ideia para os locais que estão com uma situação mais estável na pandemia ajudarem os demais fornecendo equipamentos. “Os estados que estão com a sua capacidade ociosa porque a pandemia já se regularizou, já baixaram os índices, para que esses estados possam apoiar com a transferência desse material para quem está precisando “, disse.
O ministro interino falou também sobre os desafios com os preços dos remédios. “Quanto aos medicamentos, estamos buscando todas as nossas alternativas para que a gente abasteça os hospitais com os medicamentos para a área de terapia intensiva principalmente. Estamos buscando compras fora do pais, compra direta no Uruguai, numa quantidade pequena inicialmente, estamos buscando compra com a Organização Pan-Americana de Saúde, estamos negociando preços, porque o mercado externo está com preços altíssimos”.
Sobre vacinas, o ministro interino disse que o país está em negociação com a Universidade de Oxford e a China e que essas doses devem ficar prontas até janeiro de 2021. Vacinas feitas nos Estados Unidos são a terceira e quarta opção do país.
Chegada a SC
Pazuello desembarcou na Base Aérea em Florianópolis por volta das 11h e foi recepcionado pela vice-governadora Daniela Reinehr (PSL). O ministro cumprimentou as pessoas no local com apertos de mão, apesar de recomendações de autoridades de saúde de se evitar esse tipo de gesto a fim de prevenir a transmissão do novo coronavírus.
A comitiva seguiu para a Casa da D’Agrônomica, residência oficial do governo catarinense, onde o ministro se reuniu com o governador Carlos Moisés (PSL) e com o secretário estadual da Saúde. Técnicos do Ministério da Saúde e do governo do estado também participaram do encontro reunião para discutir as ações de enfrentamento à pandemia.
UTIs
Uma portaria publicada no Diário Oficial da União nesta quarta autorizou a abertura de 40 novos leitos de terapia intensiva (UTI) para tratamento da doença em cinco hospitais catarinenses.
As UTIs autorizadas pelo Ministério da Saúde devem funcionar por três meses. Os recursos para manter os leitos vão ser repassados em parcela única e são do próprio Ministério da Saúde. O cronograma de abertura ainda é discutido pela Pasta.
Os leitos terão custo mensal de R$ 1,9 milhão. Em 90 dias, serão R$ 5.760.000,00 milhões. A distribuição será a seguinte:
Blumenau: Hospital Santo Antônio (municipal) – 5 novos leitos (15 no total)
Criciúma: Hospital São José (municipal) – 10 novos leitos (35 no total)
Indaial – Hospital Beatriz Ramos (municipal) – 10 novos leitos (10 no total)
Joinville – Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (municipal) – 10 novos leitos (27 no total)
Tubarão – Hospital Nossa Senhora da Conceição (estadual) – 5 novos leitos (15 no total)
G1 SC