A greve dos trabalhadores dos Correios foi deflagrada por tempo indeterminado na segunda-feira (17) em diversos estados do país.
Os pequenos e médios vendedores do e-commerce passaram a buscar alternativas no mercado para não paralisarem as entregas de seus produtos aos consumidores.
Um exemplo é de que nesta semana, a Diálogo Logística, especialista nacional em entregas de itens leves, observou aumento de 200% na procura por seus serviços de transporte de mercadorias.
Desse total, 80% são empresas localizadas no Sul do país.
Destes, 30% são em Santa Catarina.
O restante, 20%, são e-commerces da Região Sudeste.
Desde o início da pandemia no Brasil, as empresas de transporte de mercadorias já vinham observando alta de demanda como alternativa de lojas físicas e online para continuar operando em meio ao isolamento social.
A própria Diálogo Logística registrou alta média de 300 mil para 700 mil volumes entregues por mês desde abril.
A projeção é de faturar R$ 100 milhões até dezembro, mais que o dobro do registrado em 2019.
Frete sem falhas
A greve atual reforça para uma parcela significativa de empresas, a necessidade de investir em um caminho seguro quando o assunto é frete, uma vez que para o e-commerce, a entrega é parte fundamental para fidelizar e gerar satisfação no cliente.
Ou seja, falhas e atrasos no envio são cada vez menos aceitáveis entre os consumidores, mesmo que o problema tenha sido originado em decorrência de uma greve.
Em setembro do ano passado a inconsistência dos serviços dos Correios, sujeitos a greves e aumento de repentino de preços, já havia feito com que as lojas virtuais iniciassem um processo de redução da dependendência da estatal.
Foi o que apontou a pesquisa Logística no E-commerce Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e pela ComSchool.
A pesquisa mostrou que em 2019, menos de 30% das empresas com faturamento acima de R$ 10 milhões ainda usavam os Correios para fazer as entregas do comércio eletrônico.
No geral, 61% dos e-commerces abordados na pesquisa faziam uso da estatal, mas esse número em 2013 eram bem maior (82%).