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Rússia divulga novos dados sobre vacina da Covid-19

Antídoto enfrenta resistência da comunidade internacional

O governo russo divulgou nesta quinta-feira (20) resultados de pesquisas com outras drogas e vacinas com tecnologia similar à vacina em desenvolvimento para a Covid-19, como forma de demonstrar segurança e eficácia do imunizante.
As publicações têm a finalidade de demonstrar o histórico de pesquisas com adenovírus, os ensaios clínicos, a segurança comprovada desta tecnologia bem como suas aplicações no combate a outras doenças.

Batizada de Sputnik V, a vacina russa usa dois adenovírus de resfriados comuns, o Ad26 e o Ad5, para produzir a resposta imune no organismo. Neles, insere-se um trecho do RNA do coronavírus, responsável por codificar a proteína S (de “spike” ou espícula, estrutura usada pelo vírus para se ligar às células do hospedeiro).
Esse material genético viral, quando liberado na célula do paciente, induz à produção da proteína S, o que por sua vez induz uma reação de defesa do organismo na forma de anticorpos anti-Sars-CoV-2.

Os adenovírus são vírus tradicionalmente utilizados para a produção de fármacos. As vacinas com os adenovírus possuem uma versão atenuada do vírus, o que impede que provoquem infecção no organismo, servindo apenas como vetores para levar o material do vírus ao qual se deseja imunizar para dentro das células.
A Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya com apoio do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês), está em fase 1/2 de ensaios clínicos, embora no site da OMS (Organização Mundial da Saúde) conste apenas a solicitação da primeira fase.

O Ministério da Saúde russo afirmou, no entanto, que iria começar a fase 3 com 2 mil pessoas ainda em agosto, o que levou à desconfiança por parte de especialistas internacionais pela falta de dados sobre as fases 1 e 2 de estudos clínicos.
O governo russo disse ter resultados prontos para divulgação dessas fases nas próximas semanas. Em entrevista coletiva com jornalistas nesta quinta-feira, o executivo do RDIF, Kirill Dmitriev, anunciou o início de testes em mais de 40 mil voluntários para analisar a eficácia, a ação imunizadora e a segurança do fármaco em diversos países.

*Folhapress