O Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa de agosto, trouxe notícias positivas.
Em destaque estão os bons preços pagos a produtores de milho, soja, trigo e arroz, e para a expansão na área de cultivo do milho silagem.
As exportações de carnes também seguem em alta.
Já a recuperação dos preços da banana reflete a redução de oferta, em decorrência dos eventos meteorológicos extremos que afetaram a produção.
O documento é emitido todos os meses pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), com a análise das principais cadeias produtivas do Estado.
Confira os destaques de alguns produtos
Milho – Em plena colheita da segunda safra de milho, o comportamento dos preços está contrariando uma tendência de retração, chegando à marca histórica de R$50,00/sc em 17 de agosto. Isso se deve ao dólar fortalecido, que mantém as exportações competitivas, e também à reação positiva da demanda em relação ao início da pandemia. Em julho, o preço médio ao produtor foi de R$44,00/sc.
Soja – Em julho, os preços da soja apresentaram os maiores valores da série desde 2014. Nos últimos doze meses, a alta foi de 33,7%. Em agosto, a escalada de alta teve sequência. No dia 3 os produtores receberam R$103,00/sc, enquanto que no dia 17 esse valor subiu para R$117,00/sc, acompanhando a elevação do dólar. A valorização das commodities agrícolas está relacionada à maior demanda internacional pelos grãos, uma forma de garantir estoques e segurança alimentar.
Trigo – Em SC, a valorização chegou a 2,4% no preço pago ao produtor, passando de R$55,01 em junho para R$56,35 em julho. O plantio da safra 2020/21 alcança cerca de 98,96% e as lavouras vêm apresentando excelente desenvolvimento. Em todo o Estado, cerca de 7% da área plantada já alcançou a fase de florescimento. O clima seco e frio está favorecendo a cultura.
Arroz – Os preços do arroz em casca estão em alta, apesar da excelente safra catarinense, especialmente na região Sul do Estado. O mercado externo também segue aquecido, com aumento significativo das exportações estaduais.
Milho silagem – A área de cultivo do milho silagem tem apresentado um crescimento expressivo em SC. Segundo a Epagri/Cepa, passou de 120.600ha em 2013/14 para 219.606ha em 2019/20. Cerca de 50% do cultivo de milho silagem se concentra nas regiões de Chapecó e São Miguel do Oeste.
Bovinos – Entre agosto de 2019 e 2020, o preço do boi gordo aumentou em 33,5%. A variação entre julho e agosto de 2020 foi de 4,1% na média estadual. Na análise da Epagri/Cepa, esses fortes movimentos de alta são decorrentes, principalmente, do bom fluxo das exportações brasileiras de carne bovina, que reduzem a disponibilidade do produto no mercado interno, e da baixa disponibilidade de animais prontos para abate.
Frango – Os preços do frango vivo em SC em agosto aumentaram 0,6% em relação a julho e 14,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. As exportações vêm crescendo, mas ainda estão em patamares inferiores a 2019. As receitas foram de US$ 122,53 milhões, alta de 24,5% em relação ao mês anterior, mas queda de 30,5% na comparação com julho de 2019. O estado foi responsável por 25,6% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango este ano.
Suínos – Nas duas primeiras semanas de agosto, a média estadual do preço do suíno vivo apresentou aumento de 11,9% em relação ao mês anterior e de 30,1% na comparação com agosto de 2019. O principal fator responsável por essas variações é a elevada demanda internacional, principalmente por parte da China. De janeiro a julho de 2020, o estado exportou 295,19 mil toneladas de carne suína, com faturamento de US$ 649,27 milhões. SC foi responsável por 51,1% das receitas e 51,6% da quantidade de carne suína exportada pelo Brasil este ano.
Leite – Produtores de leite nas principais regiões produtoras do Estado estão recebendo valores recordes neste mês de agosto, com sinalização de novas altas para setembro. A queda na produção brasileira no primeiro semestre, especialmente nos meses de maio e junho, reduziu a oferta interna e contribuiu para as elevações dos preços dos lácteos e dos valores recebidos pelos produtores a partir de julho.
Banana – A exportação catarinense de banana, no primeiro semestre de 2020, apresentou redução de 11,2% no valor negociado e diminuição de 7,1% no volume comercializado. Em julho, houve redução de 32,5% no valor negociado e diminuição de 19,1% na quantidade exportada por SC. A pandemia modificou o ritmo dos negócios no segundo trimestre e a estiagem reduziu a oferta no mercado, mas o comportamento dos preços está seguindo a tendência do ano anterior. A expectativa é que adequações e tratos culturais nos bananais possam melhorar a qualidade da fruta nos próximos meses, com valorização nos preços, uma vez que a oferta permanecerá baixa.
Confira a íntegra do Boletim.
FONTE: NOTICENTER