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Polícia Civil prepara indiciamentos no inquérito da merenda escolar, em Blumenau

O relatório final da operação Agricultor Fantasma, da Polícia Civil de Blumenau, vai indiciar pessoas suspeitas de cometer irregularidades na compra de alimentos para a merenda escolar. Entre o fim desta semana e o início da próxima, o delegado Lucas Almeida encaminhará as conclusões do inquérito ao Ministério Público, que decidirá se apresenta denúncia à Justiça.
Para finalizar a investigação, faltam análises de dispositivos eletrônicos apreendidos na Intendência da Vila Itoupava e no Sindicato dos Trabalhadores Rurais em outubro passado. Como o trabalho inclui escutas telefônicas feitas com autorização judicial, o caso tramita em sigilo.

O inquérito apura se produtores agrícolas da cidade vendiam à prefeitura alimentos comprados na Central de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa-SC) dizendo que eram produtos da agricultura familiar. Além da suposta fraude, existe a suspeita de que as compras seriam superfaturadas.
Conforme Almeida, como a verba sob investigação partiu da União, o caso pode precisar ser encaminhado à Justiça Federal. Vai depender da interpretação do juiz que vier a analisar uma eventual denúncia.

Além da investigação policial, a prefeitura de Blumenau anunciou uma sindicância interna para averiguar as denúncias. O servidor comissionado apontado pela polícia como participante do esquema foi exonerado.
A Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores convocou o intendente da Vila Itoupava, Leandro da Silva, e a secretária de Educação, Patrícia Lueders, a prestar esclarecimentos. A sessão chegou a ser agendada para novembro, mas acabou adiada por solicitação dos convocados e ainda não tem nova data.

Outra investigação a cargo do delegado Lucas Almeida deve ter novidades nas próximas semanas. É o inquérito que investiga supostos pagamentos indevidos de horas extras e sobreaviso a servidores do Samae. A suspeita da polícia e do Ministério Público é de que parte dos recursos tenha beneficiado a candidatura a vereador do ex-diretor da autarquia Guto Reinert.
Foram apreendidos R$ 202 mil na casa dele durante a operação Soldo Inflado, no dia 10 de dezembro. Segundo Almeida, em depoimento, Reinert recorreu ao direito de permanecer em silêncio.

A investigação prossegue com perícias em telefones celulares apreendidos. Conforme o delegado, já foi detectado o envolvimento de mais pessoas no suposto esquema. A depender do rumo do inquérito, o delegado pode vir a solicitar novas diligências.
Neste caso, o Samae de Blumenau também anunciou a abertura de investigação interna e afastou servidores citados.

NSC Total

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