
Até o fim desta semana toda a população residente em asilos de Blumenau já deve ter recebido a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A previsão é da vice-prefeita Maria Regina Soar, coordenadora do Plano Municipal de Imunização. Serão, ao todo, cerca de 580 idosos nessa condição. Eles integram um dos grupos prioritários da primeira fase de imunização ao novo coronavírus. Junto deles, profissionais de saúde que atuam nestas instituições de longa permanência, além daqueles que estão na linha de frente de atendimento, também estão sendo vacinados.
Maria Regina destacou que 10 das 22 casas asilares da cidade já haviam recebido as equipes de saúde até então. A força-tarefa começou na última semana e avança nas instituições. Aguardada com ansiedade, a chegada do imunizante é festejada na grande maioria das vezes. Mas existem exceções. Há alguns casos de familiares responsáveis que não estão autorizando a aplicação das vacinas nos idosos. Mesmo poucos, eles preocupam.
— Como a vacina não é obrigatória, não temos como exigir — lamenta a vice-prefeita, que lembra que os idosos são justamente o grupo mais suscetível a complicações e internações motivadas pela doença.
Asilos da cidade consultados pela coluna confirmam a situação. A resistência, quando existe, é bem pontual e na maioria dos casos motivada pela desinformação. Diante de tantas notícias falsas e descrédito patrocinado inclusive pelo governo Bolsonaro, a vacina da CoronaVac, que está sendo aplicada nos idosos em Blumenau, é vista com desconfiança.
A origem chinesa é fator de questionamento. Outros simplesmente não acreditam na eficácia, já comprovada pela Anvisa. Há quem prefira “passar a vez” e esperar o imunizante de outro fabricante. Não existe, no entanto, a possibilidade de escolher qual vacina receber.
Alguns gestores dessas casas avaliam que faltou melhor comunicação, justamente para eliminar dúvidas sobre a segurança e a importância da vacina. Trata-se de uma barreira que, felizmente, parece estar sendo vencida aos poucos. Com mais gente recebendo as doses, e sem significativos relatos de problemas, o convencimento fica mais fácil. Se a ciência não é suficiente, que o exemplo que vem do próximo ajude a imunizar a descrença.
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