Campo de sucessivos questionamentos entre parlamentares nas sessões da Câmara de Vereadores de Indaial neste primeiro semestre, a saúde financeira do Hospital Beatriz Ramos, sua estrutura gerencial, administrativa, investimentos e gastos, terá seus pontos detalhados desde o ano de 2015, através de um dossiê solicitado pelos parlamentares.
O mecanismo é uma forma para que o legislativo possa entender porque o H.B.R chegou ao fundo do poço, quase indo a leilão no ano de 2019, e como está agora dois anos após intervenção por parte da Prefeitura. Pelo menos é o que se espera do dossiê solicitado pelo requerimento 258/2021 assinado por todos os parlamentares nesta segunda-feira (08).
Vale lembrar que na época da intervenção no ano de 2019, uma auditoria contratada pelo município apontou “uma série de falhas na gestão “, englobando dívidas com Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), com médicos, dívidas tributárias, e até mesmo débitos com energia elétrica, uma soma que chegou a R$ 17 milhões. Um leilão judicial determinado pelo juiz federal Leoberto Simão Schmitt Júnior, da 5ª Vara Federal de Blumenau em uma ação por cobrança de dívidas relacionadas a impostos foi o ápice da crise, contornada pela intervenção, que conseguiu evitar a venda e negociar a dívida.
Para os parlamentares, é necessário saber o que existe hoje, passados dois anos da intervenção, sobre o que mudou. Pois números apontam dívida de mais de R$ 21 milhões, mas no mesmo período, os recursos destinados por parte do município foram muito superiores a outros anos. Já para parlamentares, que tiveram contato com a administração do H.B.R, isso é um reflexo dos investimentos feitos em infraestrutura com significativa melhoria e implementação de ações de humanização hospitalar.
O que ficou claro durante as discussões do requerimento, que inicialmente solicitava informações sobre uma super bactéria , mas que acabou sendo modificado para solicitação de um amplo processo de dossiê, é que não se pode falar em caça às bruxas, mas somente dar uma resposta ao clamor da população sobre fatos da época , que refletem ainda hoje, como por exemplo a devolução de meio milhão que o Hospital teve que fazer este ano ao governo estadual em maio, referente a valor recebido de R$ 200 mil há cerca de 07 anos para uma finalidade , mas usado em outra destinação, por lei não pode haver destinação diversa.
Compreender porque, mesmo com a chegada ao fundo do poço, o número de denuncias no Ministério Público não chega nem perto das diversas anônimas acusas feitas na atualidade. Como estão sendo empregados os valores enviados pelos governos federal, estadual e municipal, e como eles eram efetivados anteriormente, e qual o impacto da implantação da Unidade de Terapia Intensiva destinada a paciente em tratamento da Covid-19 para a saúde financeira do Beatriz Ramos.
Uma única certeza para a população indaialense, independente de apontamentos descritos disso ou aquilo, é que o Hospital Beatriz Ramos, é um bem maior e muito mais valioso do que qualquer grupo ou segmento político, pois é nele que centenas encontram a única porta para atendimento hospitalar.
FONTE: VIN