Com a alta do dólar e a necessidade de automatizar processos para elevar a competitividade, muitas indústrias estão trocando companhias internacionais por fabricantes nacionais, que se mostram otimistas para os resultados de 2023
Quinto país no ranking global de produtores têxteis, o Brasil é uma das poucas nações que possuem um ecossistema produtor com ampla atuação em toda a cadeia. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o setor fatura cerca de R$ 200 bilhões ao ano.
E um dos movimentos recentes é o crescimento do mercado de máquinas e soluções de automação para a cadeia produtiva – até pouco tempo, a maioria deste maquinário chegava ao país através da importação, com fornecedores asiáticos e europeus entre os mais procurados. Mas a balança, agora, pende positivamente para os fornecedores brasileiros – que além de impulsionados pelo crescimento tecnológico em solo tupiniquim, contam com a elevação do dólar e as crises que afetam a logística global como aliados. O movimento, que começou ainda na pandemia, foi o start para o fortalecimento da cadeia produtiva: somente em 2021 a venda de máquinas brasileiras cresceu 45% na comparação com o ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamento (Abimaq).
Para Fábio Kreutzfeld, CEO da Delta Máquinas, o avanço da agenda ESG, que reforça a necessidade de produtividade sustentável, também impacta positivamente o setor. “Soma-se a isso o fato de que ter um fornecedor geograficamente próximo tem sido um diferencial para as empresas. Assim, investimos em um pós-venda que alia a tecnologia das nossas máquinas com um suporte consultivo: vamos até o cliente, auxiliamos na implantação do equipamento para, assim, extrair os melhores resultados”, avalia.
Ainda de acordo com a Abimaq, o setor de máquinas deve ter um crescimento de 2,4% na receita líquida dos fabricantes em 2023. Os investimentos no setor devem chegar à casa dos R$ 12 bilhões.
Proximidade e tecnologia de dentro para fora
Enquanto fortalecem a cadeia nacional, os fabricantes de soluções para a área têxtil também abrem espaço na América Latina. Em janeiro, a Delta Máquinas foi uma das empresas do país a expor na Colombiatex, uma das maiores feiras do setor, em Medellín, na Colômbia. “Tivemos uma aceitação muito positiva e vendas concretizadas com países vizinhos, além de um feedback muito positivo de clientes estrangeiros que acreditam no potencial tecnológico do Brasil”, destaca Fábio.
Para aproveitar o bom momento, a empresa investiu em estudos que levaram ao lançamento da Rama, máquina que engloba diversos processos produtivos da cadeia têxtil, da preparação à finalização dos tecidos. Até o último semestre, o equipamento só existia no exterior, o que implicava em altos custos de importação e pouco apoio técnico para o comprador.
“Acreditamos no potencial que temos para transformar a indústria da moda com soluções nacionais como a Rama. A logística é muito mais favorável ocorrendo apenas em solo nacional, além da proximidade que facilita a realização de ajustes. Esse movimento de compra com os fornecedores nacionais só tem a somar para o fortalecimento do ecossistema”, finaliza o CEO da Delta.
Sobre a Delta Máquinas Têxteis
Fundada em 2007 em Pomerode (SC), a Delta Máquinas Têxteis é referência em tecnologia para otimização da produção industrial têxtil através do desenvolvimento de máquinas, equipamentos e softwares. São mais de 50 produtos em seu portfólio, aplicados aos processos de tecelagem plana, malharia circular, estamparia, acabamento e confecção. A Delta desenvolve ainda projetos de automação exclusivos, de acordo com a necessidade de seus clientes. Com foco na indústria 4.0, alinha automação, gestão de dados e padronização de processos inteligentes, possui mais de 300 clientes localizados no Brasil, Argentina, Paraguai, Peru, Equador, Colômbia, El Salvador, Honduras, Guatemala e México.