A sigla em inglês ESG representa a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa (Environmental, Social na Governance) nas empresas. O objetivo do compromisso vai além de evitar a deterioração dos recursos naturais. Trata-se de uma preocupação geral, além da empresa/instituição, tendo como foco a sociedade. O conceito é usado para descrever o quanto um negócio busca maneiras de minimizar seus impactos no meio ambiente, e o quanto a empresa se preocupa com as pessoas em seu entorno e adota bons processos administrativos. O ESG traz uma visão holística englobando a empresa, meio ambiente e sociedade. O termo ESG destaca-se também na área da saúde e tem por objetivo contemplar os aspectos ambiental, social e de governança, beneficiando não somente profissionais e pacientes, mas todo o entorno de hospitais, clínicas, operadoras de planos, fornecedores e demais stakeholders. “Embora o ESG esteja geralmente associado aos setores empresarial e financeiro, os princípios podem ser aplicados em várias áreas, incluindo a saúde e a medicina intensiva (ou UTI – Unidade de Terapia Intensiva)”, explica o médico intensivista Dr. Álvaro Réa-Neto, diretor do Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva – Cepeti.
Segundo ele, em um ambiente de UTI, é essencial gerenciar os recursos de forma eficiente para reduzir o desperdício e minimizar o impacto ambiental. Isso inclui o gerenciamento adequado de suprimentos médicos, equipamentos energeticamente eficientes e o descarte responsável de resíduos perigosos. O Dr. Álvaro ressalta ainda que aplicar os princípios do ESG à medicina intensiva está alinhado com o objetivo mais amplo de práticas de saúde sustentáveis e responsáveis. “Essas considerações podem levar a uma melhoria no atendimento ao paciente, um melhor gerenciamento de recursos, uma redução do impacto ambiental e uma maior responsabilidade social dentro do setor de saúde”, enfatiza o diretor do Cepeti. Além disso, na medicina intensiva o ESG é aplicado na questão de ter a responsabilidade de reintegrar o paciente na sociedade com a melhor qualidade de vida possível. Ou seja, devolver à sociedade o paciente capacitado, ativo, apto a trabalhar e com capacidade física e emocional, tendo como ferramenta o cuidado beira-leito. A medicina intensiva tem a responsabilidade de cuidar de pacientes em estado crítico e gravemente doentes, buscando estabilizá-los e oferecer tratamento adequado para sua recuperação. A recuperação do paciente pode envolver reabilitação física e terapia para restaurar suas habilidades e funcionalidades, além de oferecer suporte emocional para enfrentar os desafios psicológicos e emocionais que podem surgir após uma experiência na UTI. Ao promover essa recuperação abrangente, a medicina intensiva contribui para devolver à sociedade pacientes ativos e bem-adaptados após superarem suas condições críticas. ESG em pauta durante Congresso de Medicina Intensiva A Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná – Sotipa, em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), promoverá nos dias 23 a 26 de agosto o XIX Congresso Sul-Brasileiro de Medicina Intensiva. Durante os quatro dias serão realizados debates, discussões e exposições dos principais temas relacionados à terapia intensiva com a presença de especialistas de renome nacional e internacional da medicina intensiva nas áreas de enfermagem, fisioterapia, pediatria, psicologia, com protocolos e cases de sucesso. Um dos assuntos que serão abordados no encontro é o ESG, serão realizadas discussões de alto nível englobando todas as áreas da terapia intensiva. Além disso, estarão na pauta tópicos como: ventilação mecânica, terapias em sepse, terapia de tratamento de doenças fúngicas, neurointensivismo, humanização e cuidados paliativos, nutrição enteral/parenteral, profilaxias para trombose, transplante e trauma, gestão, qualidade e segurança, acompanhamento pós-UTI, prevenção de infecções, sedação e analgesia, curativos e cuidados com a pele, temas pediátricos, entre outros assuntos relacionados à prática de terapia intensiva. O seminário será realizado na sede da Associação Médica do Paraná, localizada na Rua Cândido Xavier, nº 575, no bairro Água Verde, em Curitiba. As inscrições podem ser realizadas pelo site sotipa.com.br. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (41) 3343-8842 e 3243-3145 ou pelo e-mail secretaria@sotipa.com.br.
SERVIÇO
XIX Congresso Sul-Brasileiro de Medicina Intensiva Quando: de 23 a 26 de agosto Onde: Rua Cândido Xavier, 575 – Água Verde (sede da Associação Médica do Paraná) – Curitiba – Paraná Informações: 41 3343-8842, 3243-3145 ou secretaria@sotipa.com.br I sotipa.com.br
MAIS INFORMAÇÕES: Maneiras pelas quais as considerações do ESG podem ser relevantes no contexto da medicina intensiva: Considerações Ambientais Gestão de Recursos: em um ambiente de UTI, é essencial gerenciar os recursos de forma eficiente para reduzir o desperdício e minimizar o impacto ambiental. Isso inclui o gerenciamento adequado de suprimentos médicos, equipamentos energeticamente eficientes e o descarte responsável de resíduos perigosos. Eficiência Energética: hospitais, incluindo UTIs, consomem grandes quantidades de energia. A implementação de medidas para economia de energia, como o uso de iluminação e equipamentos eficientes em termos energéticos, pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e diminuir os custos operacionais. Iniciativas Sustentáveis: hospitais podem adotar iniciativas sustentáveis para diminuir sua pegada ambiental. Por exemplo, algumas instalações de saúde podem incorporar fontes de energia renovável, incentivar a reciclagem ou implementar práticas ecologicamente corretas, como a redução do uso de papel por meio da documentação digital.
Considerações Sociais Cuidados Centrados no Paciente: garantir cuidados centrados no paciente na UTI envolve respeitar os direitos, a dignidade e a autonomia dos pacientes, bem como envolvê-los nos processos de tomada de decisão sobre o tratamento. Diversidade e Inclusão: as instalações de saúde, incluindo as UTIs, devem priorizar a diversidade e a inclusão entre seus funcionários para garantir um ambiente justo e equitativo tanto para os pacientes como para os profissionais de saúde. Engajamento com a Comunidade: o envolvimento com a comunidade local pode promover melhores resultados na saúde e uma melhor compreensão das necessidades de assistência médica, além de apoiar iniciativas de saúde comunitária. Considerações de Governança Padrões Éticos: a tomada de decisões éticas é de suma importância na UTI. Os hospitais devem ter estruturas de governança claras que promovam conduta ética e processos de tomada de decisão transparentes para o cuidado dos pacientes e alocação de recursos. Conformidade e Responsabilização: as instalações de saúde devem cumprir as regulamentações e normas relevantes, bem como estabelecer sistemas de responsabilização pela qualidade dos cuidados prestados na UTI. Engajamento das Partes Interessadas: o envolvimento das partes interessadas, incluindo pacientes, familiares, profissionais de saúde e a comunidade em geral, pode levar a melhores resultados e a uma tomada de decisão informada na UTI. Os três pilares do ESG Ambiental – Faz relação com as práticas da empresa para a conservação do meio-ambiente e sua atuação em temas como aquecimento global e emissão de carbono, poluição do ar e da água, biodiversidade, desmatamento, eficiência energética, gestão de resíduos, bem como a escassez de água. Social – Diz respeito à responsabilidade social da empresa para com a comunidade e descreve se o empreendimento está de acordo com o previsto pelos direitos humanos e pelas leis trabalhistas, por exemplo. Além de medir se a organização possui práticas de diversidade na equipe, segurança no trabalho, proteção de dados e privacidade, envolvimento com a comunidade, investimento social privado, entre outras. Governança – Refere-se às políticas de administração da empresa, por exemplo, condutas corporativas, composição do conselho, práticas anticorrupção, existência de um canal de denúncias, auditorias, entre outras.
Desenvolvimento das UTIs – A ideia teve início no século passado com a necessidade de na guerra colocar as pessoas com casos mais graves em um mesmo ambiente, no qual os enfermeiros poderiam dar mais atenção aos pacientes, mas o conceito como unidade de pacientes críticos surgiu na década de 30, quando ocorreu um surto de poliomielite e houve a necessidade de manter os pacientes em respiradores e reunidos em um local único. Sobre o CEPETI – Criado em 1999, o Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva atua no aprimoramento educacional e científico na área de medicina intensiva. Por meio de constante atualização, presta um atendimento humanizado, ético, assertivo e com excelência em resultados. Tem como foco em atender e estudar o paciente crítico tendo em vista sempre a qualidade e segurança assistencial, exercendo as melhores práticas, agregando aos pacientes satisfação, saúde e qualidade de vida. O CEPETI foi idealizado com o objetivo de colaborar com a boa prática de Terapia Intensiva; aprimorar o desempenho de todos os profissionais envolvidos direta e indiretamente em UTI (médicos e equipe multidisciplinar); estimular o trabalho de pesquisa, ensino e assistência e promover cursos, simpósios, estudos, reuniões, congressos e similares. O CEPETI é responsável por UTIs de hospitais públicos e privados de Curitiba, dentre eles a Santa Casa e o Hospital VITA Batel. Sobre a SOTIPA – Criada em março de 1981, a Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná tem a finalidade de reunir indivíduos e instituições paranaenses ligadas à medicina intensiva, assim como promover o desenvolvimento científico, didático e operacional para melhoria da qualidade do atendimento prestado ao paciente grave; divulgar, entre leigos, a finalidade e propósitos das terapias intensivas e zelar pela proteção dos direitos dos doentes graves. A instituição é presidida, no biênio 2022-2023, por Dr. Rafael Deucher, médico intensivista, membro do Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva – CEPETI e professor do curso de Medicina da UFPR.