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“O encantamento do jovem em sala de aula tem tudo a ver com um aprendizado de qualidade”, diz Tabata Amaral

Os desafios e as oportunidades na educação foram tema de painel que aconteceu na última sexta-feira (14/10) na Educa Week, no espaço Unibes Cultural, em São Paulo. O debate contou com a presença de Tabata Amaral (deputada federal por São Paulo e ativista pela educação), João Marcelo Borges (gerente de Pesquisa e Inovação do Instituto Unibanco), Guilherme Martins (diretor de graduação do Insper) e Leonardo Chucrute (CEO do Colégio Zero Hum).

O engajamento dos alunos foi amplamente discutido, por ser uma forma efetiva de atenuar os efeitos da pandemia, que trouxe prejuízos para milhões de alunos, sobretudo da rede pública. “O encantamento do jovem em sala de aula tem tudo a ver com um aprendizado de qualidade”, defendeu a deputada federal Tábata Amaral (PSB).

Adotar práticas destinadas a minimizar impactos negativos relacionados a aspectos socioemocionais, além da necessidade de criar ambientes de escuta ativa, foram citados, entre outros, como exemplos de ações assertivas e com potencial de ajudar os estudantes, na retomada aos estudos.

Os especialistas foram unânimes ao ressaltar os desafios educacionais que surgiram no pós pandemia, especialmente o impacto na saúde mental dos estudantes. O isolamento social, a necessidade de adaptação às aulas remotas e, sobretudo, a perda do contato presencial com os colegas e educadores, fizeram com que anseios e preocupações passassem a fazer parte do dia a dia das crianças e jovens nos últimos dois anos.

Diante disso, houve consenso geral que os educadores precisam estar preparados para lidar com um número cada vez maior de crianças e jovens que se sentem sobrecarregados e apresentam sintomas de depressão e ansiedade, além de dificuldades de concentração e controle das emoções, após o retorno às aulas presenciais.

Todos eles podem acarretar em atrasos no aprendizado, mas não só: a evasão escolar, problema crônico em nosso país, chegou a níveis estratosféricos nos anos de pandemia. Um estudo inédito, realizado pelo Ipec para o UNICEF, revela que 2 milhões de meninas e meninos de 11 a 19 anos, que ainda não haviam terminado a educação básica, deixaram a escola no Brasil nos últimos anos. 

A deputada Tabata Amaral citou também em sua fala o Projeto de Lei (PL) nº54/2021, de sua autoria, como uma das oportunidades para melhorar a educação pública no país. Se aprovado, o PL prevê incentivo financeiro a alunos do ensino médio em situação de pobreza e extrema pobreza, como forma de motivá-los a permanecer na escola. Dados indicam que o estudante que não se forma no ensino médio, em média, vive menos e é menos produtivo, tem salários menores e mais chance de se envolver com a criminalidade, ou mesmo, adquirir doenças graves. O quadro, que já era preocupante, foi acentuado com a pandemia.

Outras bandeiras defendidas pelos especialistas foram o ensino integral, para experiências mais ricas de aprendizagem, e o ensino técnico e profissionalizante, que poderia contribuir na retomada do crescimento econômico do país, de forma contínua, gerando oportunidades de emprego e renda mais favoráveis para jovens e adultos de classes sociais  menos favorecidas. 

Mais sobre a Educa Week 2022: o evento é considerado o maior movimento de transformação na Educação de toda a América Latina. Em sua sétima edição, reuniu as maiores autoridades da educação do Brasil e do mundo, durante sete dias. Para essa edição, a Educa Week contou com um formato híbrido, trazendo de volta o contato presencial e uma programação completa, com mais de 60 painéis, palestras e workshops para educadores. Como parte da Educa Week, ocorre a quinta edição do Prêmio Destaque Educação, criado para reconhecer os projetos pedagógicos que estão causando impacto positivo em escolas de todo o país. Para saber mais, acesse: https://educaweek.com.br/