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SC teve apenas 48 dias sem chuva durante todo o ano de 2023

Até 28 de novembro, houve ocorrência de chuva em cerca de 284 dias do ano em SC, segundo a Epagri
A chuva virou parte da rotina dos catarinenses em 2023. Isto porque dados da Epagri/Ciram apontam que neste ano, em todo o Estado, Santa Catarina teve apenas 48 dias sem chuva. Ou seja, a cada dez dias, oito tiveram registro de precipitação.

Conforme o levantamento no qual o NSC Total teve acesso, até 28 de novembro houve a ocorrência de chuva em 284 dias, levando em consideração todas as cidades catarinense — equivalente a 85,54% do total. Para que o dia seja considerado chuvoso, é necessário que tenha uma precipitação acima de um milímetro, como prevê a Organização Mundial Meteorológica (OMM).
Ainda segundo a Epagri, o município com o maior acúmulo de chuva em um único dia foi Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. Em 16 de junho, choveu 254,8 milímetros — quase quatro vezes mais que a média mensal da região, que é de 70 milímetros.

Na época, a cidade decretou situação de emergência, após a passagem do fenômeno que foi influenciado por um ciclone extratropical. De acordo com a prefeitura, a chuva começou por volta das 19h e afetou diversas localidades. Além disso, o centro da cidade foi impactado por alagamentos. A estimativa é de que 60% do município tenha sido afetado. Moradores ficaram desalojados e bairros, destruídos.
Em seguida, vem Mirim Doce, no Vale do Itajaí, com 221,4 milímetros em 14 de abril, e Dionísio Cerqueira, no Extremo-Oeste, com 203,6 milímetros, em 28 de outubro, como as cidades com os maiores acumulados de chuva no Estado neste ano.

Vale do Itajaí lidera acumulado mensal
Além de registrar enchentes históricas durante o mês de outubro, o Vale do Itajaí também é a região que concentra duas das três cidades que tiveram o maior acumulado de chuva em um único mês em 2023: Mirim Doce, com 725,4 milímetros, e Taió, com 646,8 milímetros. Os números foram registrados no último mês.
Taió, por exemplo, viveu uma enchente histórica em 9 de outubro, quando o nível do rio atingiu 12 metros. Centenas de pessoas ficaram ilhadas e equipes de todo o Estado e do Exército atuaram no atendimento aos atingidos.
Fecha a lista de maiores acumulados de chuva a cidade de Papanduva, no Planalto Norte do Estado. Em outubro, o município registrou 639 milímetros de chuva. Por conta disso, decretou situação de emergência em 6 de outubro.

De acordo com o meteorologista da Epagri, Marcelo Martins, o El Niño é um dos fatores que explicam o aumento nos dias chuvosos no Estado, além de características que já são específicas de cada estação.
— É uma queda [da chuva] muito grande na época do outono e inverno, e sobe na primavera e no verão. Ou seja, chove muito nessas duas estações. Alguns outros anos, como teve o efeito do La Niña, choveu pouco e, por isso, dá essa impressão. Só que neste ano temos o incremento do El Niño que além de provocar bastante chuva e calor no Sul do Brasil, também tem uma intensidade moderada e forte. Isso faz com que tenha mais chuvas do que a normalidade — explica.

Chuva segue nos próximos dias
Os dias chuvosos devem continuar em Santa Catarina ao menos até dezembro, segundo a previsão da Epagri/Ciram. Nesta quarta-feira (29), por exemplo, o dia deve amanhecer com nuvens e chuva no Sul, Grande Florianópolis e Vale do Itajaí, com abertura do sol no decorrer do dia. No entanto, a partir da tarde, há nova condição de pancadas isoladas de chuva.
Já na quinta-feira (30), a chuva deve ficar restrita no Oeste, com condição de pancadas bem isoladas e com a presença de raios durante a tarde, enquanto nas demais regiões o dia será de sol e algumas nuvens.

Ainda de acordo com a Epagri/Ciram, na sexta-feira (1º), o fenômeno dá um trégua, com registro de sol e algumas nuvens em todo o Estado. Porém, a chuva volta no sábado (2), devido à aproximação de uma frente fria, com risco de temporais localizados.
O órgão aponta para a existência de pancadas de chuva frequentes no Estado em dezembro, principalmente no período da tarde e da noite. Os motivos são a influência de áreas de baixa pressão, Jato de Baixos Níveis (que traz umidade da região Amazônica) e a passagem de sistemas frontais.
Além disso, com a aproximação do verão, o sol deve aparecer em períodos mais prolongados na maioria das regiões, favorecendo na elevação das temperaturas, com máximas que devem chegar a 30ºC.

CRÉDITO: https://www.nsctotal.com.br/