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A notícia do momento não veio do mercado, veio da política internacional

A notícia do momento não veio do mercado, veio da política internacional: Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre o Brasil.

E quando o jogo muda repentinamente, é preciso pausar — e analisar.

Nesta edição da coluna INVESTIR AGREGA, trago para vocês uma reflexão urgente sobre a nova taxação de 50% anunciada pelos EUA e o que isso pode significar para o Brasil, para o comércio global e, claro, para seus investimentos.

Mas antes de falarmos das empresas brasileiras afetadas e de como investir diante desse cenário de incertezas globais, trago a reflexão de um experimento clássico da Teoria dos Jogos, o Dilema do Prisioneiro:

Dois jogadores decidem entre cooperar ou trair. A cooperação mútua gera ganhos medianos para ambos; a traição unilateral gera um ganho alto para quem trai e uma perda para o outro. Mas, se ambos traem, os dois saem perdendo.

Com o tempo, a versão mais interessante desse jogo é a repetida: os jogadores se encontram várias vezes. Nesse cenário, a melhor estratégia tende a ser a da moderação: cooperar no início, revidar se traído, mas sempre com a porta entreaberta para retomar a confiança. É uma espécie de “olho por olho, mas não até o fim dos tempos”. É a famosa “Tit for Tat”, vencer menos no curto prazo para se sair melhor no longo.

O curioso é que essa estratégia perde várias partidas. Ela parece ingênua, vulnerável. Mas no geral, tende a vencer. Não porque é forte, mas porque é justa. Estabelece confiança, pune traições e recompensa arrependimentos.

Mas, e quando o jogo não é mais jogado no mesmo tabuleiro?

Voltando para notícia do momento, Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre importações do Brasil. Um movimento que soa, à primeira vista, como um revide comercial, mas talvez seja mais do que isso.

Talvez o jogo agora seja outro.

Pode não ser mais um jogo de trocas comerciais, de equilíbrio de tarifas ou de vantagens competitivas. Pode ser um jogo eleitoral, simbólico, de narrativa interna.
Um jogo em que o Brasil não é um oponente, mas um instrumento. E nesse novo jogo, as regras mudam.

A estratégia da cooperação moderada, aquela que funciona em jogos, com previsibilidade e memória, talvez se perca quando o oponente muda o tipo de jogo sem avisar.

Quando a lógica deixa de ser econômica e passa a ser política, geopolítica, ou ideológica, o dilema original se desfaz: não se trata mais de cooperar ou trair, mas de entender o novo papel que nos foi dado nesse outro tabuleiro.

BRASIL: COOPERAR ou PROTEGER-SE ?

O Brasil, por anos, aceitou perdas pontuais em nome da estabilidade e do acesso, mantendo uma postura de neutralidade pragmática. Jogou como um ator racional dentro das regras do comércio global.

Mas, diante dos recentes posicionamentos, talvez estejamos sendo colocados, ou estejamos nos colocando, em outro campo.

Um com lados mais definidos, onde neutralidade pode ser vista como omissão, e onde o custo de cooperar pode já não ser o mesmo. Talvez, no fundo, o dilema não esteja mais entre cooperar ou proteger-se. Agora, mais do que nunca, empresários e cidadãos precisarão de resiliência para se adaptar às novas regras do jogo.

E como e onde investir diante desse cenário?

Segundo as estimativas iniciais da equipe de macroeconomia do Banco Safra, espera-se um impacto inflacionário de curto prazo devido a uma possível depreciação cambial – a exemplo do que ocorreu na semana passada – e potencialmente desinflacionário para o médio prazo, já que o excedente de produtos no mercado interno pode pressionar os preços para baixo.

Nos últimos dias, os setores mais penalizados foram Indústria, Saúde e Construção Civil, expostos diretamente às tarifas ou mais alavancados.

Já os setores de Petróleo e Gás, Siderurgia e Mineração, também afetados pelas tarifas norte-americanas, registraram quedas mais moderadas que a do Ibovespa. Isso pode refletir a percepção de que essas companhias teriam maior capacidade de redirecionar suas exportações para outros mercados ou de que o impacto do câmbio ajudaria a compensar possíveis perdas de volume no curto prazo.

De todo modo, o efeito da tarifa sobre o desempenho dos setores exportadores brasileiros é heterogêneo e trago um resumo para vocês em relação ao grau de risco:
Açúcar e Etanol : risco baixo;
Bens de Capital: risco médio à alto,
destacando-se como maiores impactados as companhias Embraer e Weg, e segmento autopeças exportador;
Grãos : efeitos diversos;
Óleo e Gás: risco médio;
Proteína Animal: Risco Baixo a Médio;
Papel e celulose: Risco Alto, especialmente no caso da Suzano (SUZB3), cuja receita com exportações para a América do Norte representa cerca de 19% ;
Petróleo: Risco alto, ainda que tenham capacidade de remanejar volumes para outros mercados.

Destaco que, no setor de commodities, em geral o redirecionamento de volumes pode pressionar preços globais. No setor de proteína animal, ainda que as exportações para os EUA tenham aumentado nos últimos anos, o impacto tende a ser limitado para grupos com presença
internacional e capacidade de realocação logística, como Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3).

Em siderurgia, as exportações de aço brasileiro já eram sujeitas à tarifa de 50%, o que limita efeitos incrementais, e boa parte dos produtos exportados aos EUA, como placas, têm origem em modelos integrados e com produção nos próprios EUA.

Sendo assim, na avaliação dos especialistas, INVESTIR nos setores domésticos com menor volatilidade, como Telecomunicações, Serviços básicos (água e energia) e Consumo Essencial tendem a apresentar maior resiliência no curto prazo, oferecendo uma proteção mais eficaz para carteiras de ações em momentos de aversão ao risco.

E com a SELIC (taxa básica de juros no Brasil) em 15% a.a , que deve ser mantida nessa patamar por mais tempo, a parcela da carteira de investimentos em títulos atrelados aos juros brasileiros continuam sendo a maior parcela das carteiras de investimentos e provavelmente continuarão atraindo recursos estrangeiros.

Por isso, diversificar seus INVESTIMENTOS com uma boa estratégia e visão global, faz toda diferença no longo prazo! Assim como avaliar o perfil de risco antes de investir é fundamental para escolher as opções mais adequadas e de acordo com os seus Objetivos Financeiros.

Portanto , defina os seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo e tenha uma assessoria de investimentos ativa e com foco no crescimento do seu patrimônio .

Minha dica aqui é a Assessoria de Investimentos da AGREGA INVESTIMENTOS & CORPORATE, escritório credenciado ao Banco Safra, com uma equipe de especialistas qualificados , experientes e com muito Know-how para entregar o melhor do mercado financeiro.

INVESTIR AGREGA!

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