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Alta nos custos de moradia afetam a qualidade de vida de 62% dos brasileiros, revela Serasa

39% dos entrevistados apontam o aluguel como despesa prioritária em um mês de aperto, seguido pela conta de luz (25%). Levantamento mostra que 29% utilizam cartão de crédito para lidar com gastos inesperados no imóvel.

Os custos com moradia têm pesado cada vez mais no bolso do brasileiro. Segundo uma pesquisa realizada pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, 62% dos entrevistados afirmam que despesas como aluguel, IPTU e condomínio comprometem a sua qualidade de vida. O cenário se agrava com a percepção de aumento desses gastos: 66% perceberam que os valores subiram nos últimos 12 meses.

Em um mês de orçamento apertado, o aluguel é visto como prioridade para 39% dos entrevistados – na sequência, aparecem a conta de energia (25%) e o financiamento (19%). Segundo o levantamento, 40% dos consumidores ainda moram de aluguel e 30% já possuem o imóvel próprio quitado.

Peso no orçamento

Para 19% dos entrevistados, as despesas do lar, envolvendo aluguel, financiamento, IPTU e condomínio, superam a metade da renda familiar. Outros 27% sequer sabem calcular quanto do orçamento é comprometido com esse tipo de despesa.

As contas básicas de água, luz e gás também representam impacto significativo: para 36% dos brasileiros, o pagamento desses gastos essenciais consome entre 11% e 20% da renda; para 23%, esse valor varia de 21% a 30%.

“O custo de moradia no Brasil tem um grande impacto na vida financeira das famílias. A alta dos preços pressiona não apenas o orçamento mensal, mas também o planejamento de médio e longo prazo, forçando muitos a recorrerem ao crédito para manter as contas em dia”, afirma Thiago Ramos, especialista da Serasa em educação financeira.

Planejamento financeiro é a chave

A pesquisa ainda buscou entender como os brasileiros lidam com imprevistos do lar. Cerca de 29% recorrem ao cartão de crédito e 44% já precisaram de empréstimo ou crédito pessoal para arcar com despesas relacionadas à moradia.

A falta de planejamento financeiro também é um desafio: 53% não se preparam para reajustes de contas e têm dificuldades de ajustar o orçamento.

“Os dados destacam a importância do planejamento financeiro para entender o orçamento, já que um terço da população nunca calculou um dos gastos mais altos do dia a dia”, reforça Thiago. “A moradia é uma necessidade básica, mas, sem esse controle, o peso das despesas pode se tornar um problema”.

Sobre a pesquisa

Pesquisa realizada pelo Instituto Opinion Box entre 24 julho e 1º de agosto de 2025, contando com 1.073 entrevistas com brasileiros de diferentes regiões, faixas etárias e classes sociais, para compreender a percepção sobre gastos com moradia e o impacto no orçamento familiar.