Gilson Chequeto, CEO da Lincros, logtech especializada em soluções de gestão logística, explica os desafios da distribuição em áreas sem segurança pública e como as empresas podem driblar o problema com o recrutamento de parceiros nestas regiões
Além da segurança e infraestrutura das estradas do Brasil – um país de dimensões continentais – as empresas enfrentam outro desafio comum na rotina de distribuição: as zonas de risco logístico. Compostas por locais de difícil acesso e/ou falta de segurança pública, essas regiões são fonte de novas alternativas para conquistar o potencial de consumo dos moradores.
Gilson Chequeto, CEO da Lincros, empresa de tecnologia especializada em soluções para gestão logística, diz que atualmente algumas alternativas já buscam mitigar riscos e perdas de vendas e produtos nestes locais. “Além da sugestão de entrega em outro endereço, seja comercial ou de algum conhecido, os lockers se popularizam. Trata-se de locais com armários específicos para esse fim, como uma espécie de caixa postal”, destaca.
Uma alternativa cada vez mais presente na realidade das empresas é também o uso de parceiros especializados em entregas nestas regiões. Para isso, a tecnologia é uma aliada, garantindo a cotação de empresas que se encaixam nos parâmetros necessários para a atuação em zonas de risco. “A cotação automatizada de fretes, onde é possível buscar um parceiro que se adeque a determinadas regras e em caráter de urgência, é uma ótima alternativa para efetuar essas entregas. A automatização garante benefícios como a garantia de um histórico de fornecedores, para a realização de cotações futuras, e o bloqueio de distribuidoras que não se encaixem no perfil”, diz.
Monitoramento de carga e segurança ao motorista
Gilson afirma que é possível também usar a automação para acompanhar as entregas na zona de risco, garantindo visibilidade ao processo. “Para a distribuidora, o monitoramento através de um sistema de controle logístico permite o recebimento de alertas em tempo real, a visualização de paradas não programadas e até mesmo o ajuste de rota em situações onde se pode evitar uma zona de risco. Além de proteger a carga, há o cuidado com a segurança do motorista”, avalia.
O monitoramento da frota e a roteirização automatizada,que permite a busca de vias alternativas, são aliados na segurança. O roubo de cargas é hoje um grande desafio na atuação em zonas de risco. O Brasil, inclusive, ocupa o sexto lugar no ranking global de risco de roubo de cargas, na frente até mesmo de países com histórico de guerras como Iraque e Somália. Os dados são da JCC Cargo Watchlist.
Além da segurança dos profissionais e da carga, atuar em zonas de risco significa entrar em um nicho com grande potencial de negócios, já que poucas empresas olham para estas regiões. Estima-se, por exemplo, que mais de 36 milhões de pessoas vivem em favelas ou em regiões periféricas onde a entrega a domicílio ainda é um desafio, segundo o Data Favela e o Instituto Locomotiva. “Considerando esse alto volume, otimizar as entregas garantindo um posicionamento seguro e bem monitorado, pode dar a muitos negócios mais potencial de venda e até mesmo o fortalecimento em determinados nichos de negócio. Com logística e tecnologia alinhadas, é possível mudar esse cenário”, finaliza o executivo da Lincros.
Sobre a Lincros
Especialista em soluções para gestão logística de transportes, a Lincros é uma das principais empresas de tecnologia do país voltada ao segmento. Com o portfólio de softwares para logística mais completo do Brasil, a empresa promove o monitoramento de mais de 20 mil veículos que circulam pelo país, e mais de R$ 1,7 bi em conta frete passam por soluções da empresa.