Largada acontece neste domingo (15); expectativa é que os cinco veleiros atraquem em Itajaí no início do mês de abril
Nesta edição, a The Ocean Race terá duas categorias de veleiros: os VO65 e os IMOCA 60. Os VO65, que já participaram das edições passadas da competição, mas levando outros nomes, farão um trajeto mais curto, em três etapas.
Já os novos veleiros IMOCA 60 serão as estrelas do grande desafio de volta ao mundo. Estes passarão por oito países na Europa, África, América do Sul e América do Norte.
A largada das duas modalidades acontece neste domingo, mas em horários diferentes. A rota dos barcos VO65, que participará do primeiro percurso entre Alicante, na Espanha, e Cabo Verde tem início às 10h05, horário de Brasília.
Já o início do percurso dos veleiros IMOCA acontece às 12h10, horário de Brasília. Os barcos também seguirão para Cabo Verde, na primeira das sete etapas que serão disputadas entre as equipes.
Ao todo são 11 times, cinco na disputa pelo troféu The Ocean Race, e outros seis participando da The Ocean Race VO65 Sprint Cup.
A categoria IMOCA será a única que passará pela cidade de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, com previsão de chegada para o início do mês de abril.
Trajeto
A volta ao mundo a bordo dos veleiros tem início na cidade de Alicante, na Espanha. A primeira etapa da regata será de 3.519 quilômetros até o porto da Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, em São Vicente.
A expectativa é que o trajeto seja feito em três ou quatro dias. Ambas as categorias participarão da primeira etapa.
No dia 25 de janeiro a segunda etapa, entre Cabo Verde e Cidade do Cabo, na África do Sul, terá início. Serão 8.519 quilômetros em que os barcos descerão pela costa do continente africano, enfrentando as mais diversas condições marítimas.
A terceira etapa é a mais longa e desafiadora da competição, já que os velejadores irão atravessar 23.613 quilômetros no trajeto. Ao final do desafio pelo Oceano Antártico, os barcos irão atracar na cidade de Itajaí, única parada da The Ocean Race na América Latina.
A expectativa é de que o trajeto leve cerca de 34 dias para ser completado. Esta etapa tera início com a saída dos barcos partindo da Cidade do Cabo para Itajaí no dia 26 de fevereiro.
A partir do dia 23 de abril, os competidores deixam Itajaí para seguir em direção à Newport, nos Estados Unidos. Serão mais 10.297 quilômetros de desafio e muita adrenalina.
Na quinta etapa, os barcos retornaram à Europa, no trajeto entre Newsport e a cidade de Aarhus, na Dinamarca. Os veleiros farão um trajeto de 6.482 quilômetros cruzando o Oceano Atlântico, que começa no dia 23 de maio.
Os barcos farão a sexta etapa entre as cidades de Aarhus e The Hague, na Holanda, com uma rápida passagem pela cidade de Kiel na Alemanha, a partir de 8 de junho. Serão cerca de três dias até partir para a sétima e última etapa.
A última etapa será o trajeto entre The Hague e a cidade italiana de Gênova, onde a edição 2023 da regata chegará ao fim.
As equipes começam a trajetória no dia 15 de junho e devem levar cerca de 10 dias até o destino final. São 4.074 quilômetros de um percurso desafiador e definitivo para a competição.
Parada em Itajaí
A cidade de Itajaí, no Litoral Norte, terá o privilégio de receber a The Ocean Race pela quarta vez.
A regata já faz parte da identidade da cidade, e é muito celebrada por moradores, turistas e atletas que são acolhidos pelos itajaienses após um longo trajeto pelos mares. Além disso, o evento também movimenta a economia e o turismo da cidade.
“A quantidade de pessoas que trabalham, não só durante o evento, mas o ano inteiro, para que um evento, uma competição dessa possa acontecer. Então realmente é importante as pessoas olharem isso, para terem a verdadeira dimensão desse evento e o quanto ainda nós podemos aproveitar desse evento no Brasil, no estado e na nossa cidade de Itajaí”, afirma o secretário de Turismo de Itajaí, Evandro Neiva.
O secretário afirma que o município está trabalhando há mais de um ano nas preparações da The Ocean Race. A expectativa é atender mais de 500 mil pessoas em 26 dias de Vila da Regata, estrutura montada anexa ao Centreventos.
“Itajaí comprou mesmo a ideia, porque tem uma conexão verdadeira no DNA da cidade, que é naútico. Os organizadores locais das outras etapas acham Itajaí uma parada diferente, tem o calor brasileiro”, comenta Evandro.
Os barcos devem chegar a Itajaí no dia 1º de abril, com possibilidade de que cheguem quatro dias antes ou quatro dias depois da data prevista. Tudo isso por conta das variações nas condições do mar no percurso.
“É a maior perna que chega em Itajaí, os barcos chegam tecnicamente danificados, a equipe está exausta, então tem algumas particularidades diferentes daqui de Alicante, que é a largada”, explica o secretário de Turismo.
O evento demanda uma estrutura técnica aprimorada, para que as equipes possam realizar reparos e se estruturar para dar sequência a jornada de volta ao mundo.
“A gente veio aqui muito para entender as demandas técnicas que vão necessitar esse evento, tanto do sistema de atracação, de como vai vir esses barcos. Lembrando que Itajaí é uma parada um pouco diferente, uma parada em que a gente iça os barcos. São 12 mil milhas, a maior travessia transoceânica em competição da história, então sem dúvida terão trabalhos a serem feitos nos barcos para deixar eles prontos para a próxima pernada, que já começa na sequência”, afirma Carlos Gayoso, diretor técnico da parada da The Ocean Race em Itajaí.
Ele ainda complementa que a edição deste ano será ainda mais bonita e atrativa aos visitantes. “Nossa etapa vai ser uma das mais bonitas, nossa vila está impressionante esse ano, maior do que os últimos anos. Vai ser um evento histórico para a nossa região”, finaliza.